Quando eu tinha sete anos, eu perdi minha mãe. Depois disso, nós passamos por extremas dificuldades financeiras. Era a década de 1980, a “Idade das trevas” brasileira. Inflação de oitocentos por cento ao ano. Meu pai e meus irmãos trabalhavam e eu não tinha com quem ficar. Foi um momento difícil. Por muitos anos, eu achei que a ida da minha mãe tinha sido castigo de Deus. Parecia que não havia nada pior, em minha vida, do que aquilo que tinha acontecido. Então, meu irmão me incentivou a estudar e depois de um tempo, eu quis ser publicitária. Criei minhas próprias oportunidades, consegui formar, pós graduar, dar aulas e ter a minha agência. Apesar da evolução que experimentei, por muitos anos, achei que meu destino era amargar perdas. Não percebia que sabotava a mim mesma. Até que um dia alguém me disse: “a dificuldade abriu as portas da sua criatividade”. Então, aceitei que nada nessa vida é por acaso. Passei a agradecer por tudo que acontecia comigo, olhando com mais bondade para as minhas perdas e com mais gratidão para minhas conquistas. Com certeza, durante a sua vida profissional, você vai perder algum cliente ou uma oportunidade que julgava importante, mas não se preocupe. Tudo que perdemos, na vida, um dia retorna pra gente. Não da forma como imaginamos.

 

1. Essa é a primeira premissa para tornar uma marca relevante: Conte uma história. Histórias engajam e fidelizam. Se sua marca não tem uma, comece a “escrevê-la” hoje.

 

O tempo passou e fui para Uberaba estudar com um objetivo claro: Dar certo como publicitária. O fracasso se chamava “voltar”. Eu tinha que permanecer aqui. Fiz estágios, arrumei emprego, mas no ano da minha formatura, fui surpreendida com uma dependência. Mais uma perda. Dessa vez, seria um ano! O que eu faria? Para minha consolação, foi exatamente o tempo necessário para obter o emprego que me levaria a alcançar o meu principal objetivo: permanecer em Uberaba para alcançar o meu objetivo de “dar certo”.

 

Trabalhei em duas agências, foi sócia de outra e fui convidada para dar aulas no curso de Publicidade e Propaganda em 2002, no qual sou professora até hoje. Eu fui muito feliz durante todos os anos que trabalhei para o Agronegócio, Varejo, Serviço e Indústria dos mais variados segmentos de Uberaba. Entre 2005 e 2010 algo começou a mudar. O brilho nos meus olhos perdeu a intensidade. Eu havia cumprido meu primeiro grande objetivo. Eu já tinha “dado certo como publicitária” e precisava de novos desafios.

 

Sem entender bem o que estava acontecendo comigo, decidi vender minha parte na agência e iniciar a minha startup.

 

Um grande amigo, o Frederico, me ajudou a organizar as ideias e outro amigo e ex-aluno, o Bruno, me ajudou a elaborar o conceito. Foi naquele ano de 2013, que eu assisti, por indicação do Bruno, a uma palestra TED. Foi do Simon Sinek. As descobertas de Simon Sinek mudaram totalmente meu ponto de vista sobre como o mundo funciona e a minha forma de interagir com ele.

 

2. A segunda premissa para engajar e fidelizar consumidores eu aprendi em um TED: Comece pelo “porquê”. Ou seja, qual é o seu propósito? Qual o seu motivo? Qual a sua crença? Porque seu empreendimento existe?

 

Então, eu decidi fundar a Orientte porque sabia que a maioria dos empresários fazia um alto e injustificável investimento em propaganda. Desorganizados, imperativos e imediatistas, passavam 80% do tempo executando ações de comunicação e 20% do tempo consertando aquilo que fizeram errado, sem planejamento. No primeiro momento, essa cultura representou um problema, depois, se transformou em uma inspiração. Eu decidi que nunca mais trabalharia para empreendedores sem objetivo, mas trabalharia para ajuda-los a identificar seus porquês, sua inspiração e transformar isso em vantagem competitiva para suas marcas.

 

E comecei pela minha.

 

Meu irmão, o Niromar, acreditou no meu sonho, pagou meus estudos, me ensinou a ser independente e me apoiou a mudar de cidade aos 17 anos.
Ele se formou depois de mim. Aos 48 anos, realizou o sonho de ser advogado, e batizou sua assessoria jurídica de Oriente. A identidade da empresa foi feita lá da agência. Quando decidi iniciar a minha nova etapa, dobrei o “t” da Orientte (para conseguir registrar o domínio), reformulei a logo e adotei um slogan.

 

Em 2016 eu tive a oportunidade de organizar um TEDx. O TEDxUFU, o primeiro do Triângulo, realizado em Uberlândia.MG. Quatro jovens convocaram outros 14 para participar da organização. Eu me inscrevi e fui selecionada. Foi uma surpresa para todos quando eu disse que morava em Uberaba. As palestras do TED, que poucas pessoas conheciam, já faziam parte da minha vida! Foi uma experiência fantástica que abriu muitas portas.

 

3. Aqui mais uma premissa de branding: associe-se a outras marcas: Faça Cobranding. Colabore! Essa iniciativa valorizará muito a sua marca.

 

Meu primeiro job foi para a Uniube: realizar o diagnóstico da marca, a proposta de arquitetura e o posicionamento de marca para a Universidade que eu formei, e dou aulas há mais de dezesseis anos. Depois que o propósito da marca Uniube foi amplamente comunicado e os resultados alcançados, escrevi um artigo e publiquei no Linkedin. “A vida não pode ser comprada, apenas vivida”. Esse artigo foi muito importante também, além de ser uma excelente forma de divulgar o meu trabalho. Lá, eu falo detalhadamente como foi o processo de disrupção que explodiu em mim, quando deixei a sociedade que tinha na agência. Ele funciona como “portfólio” para a Orientte. Sempre que algum prospect solicita algum trabalho realizado, envio o link do artigo. O recado é totalmente entendido. Aqui, uma premissa importante de marketing de conteúdo digital:

 

4. Comunicar de dentro prá fora. Quando comunicamos de dentro pra fora, isto é, pelo “porquê”, a causa se torna protagonista e todo o resto fica mais fácil. Inclusive o conteúdo que a empresa cria.

A finalidade do branding é estreitar vínculos, gerar melhores resultados de comunicação para a marca, e o ambiente digital é um mundo virtual de oportunidades reais. Para alcançar bons resultados, as marcas adotam algumas praticas, se você é empreendedor, pode adotar também:

– Comece com o “porquê”.
– Conte uma história.
– Posicione sua marca o tempo todo.
– Invista em um símbolo diferente e memorável
– Tenha um slogan e um manual de diretrizes visuais e verbais da marca
– Exponha o consumidor ao símbolo
– Faça Cobranding
– Gere negócios através da criação de conteúdo relevante e valioso.

 

Todos sabem “o que” fazem. Alguns sabem “como” fazem e poucos sabem “porquê” fazem o que fazem. Quando comunicamos de fora para dentro, não conseguimos engajar ou inspirar pessoas, e com isso, tememos perdas, que são comuns na vida de qualquer um.

 

Aqui, deixo uma lição que aprendi sobre foco e recompensa. Quando sabemos os “porquês” estamos constantemente inspirados. E quando mantemos o foco, somos capazes de fazer melhores escolhas. O objetivo não é vender para todos que precisam, mas para aqueles que acreditam no que você acredita. Isso inspira, engaja e traz lealdade.

 

No começo, pode parecer difícil, mas a dificuldade abre as portas da criatividade. E a criatividade é o primeiro passo para se alcançar a tão desejada INOVAÇÃO.

2 Comentários

  1. “Para minha consolação, foi exatamente o tempo necessário para obter o emprego que me levaria a alcançar o meu principal objetivo: permanecer em Uberaba para alcançar o meu objetivo de “dar certo””.
    E para a minha felicidade, foi a oportunidade de conhecê-la e tê-la como amiga e fonte de inspiração e apoio, até hoje.
    Adorei o artigo!

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